quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Dia Mundial de Combate a Aids
No Dia Mundial de Combate a Aids, Mato Grosso do Sul tem mais a trabalhar do que a comemorar. O Estado atualmente ocupa a 4º posição das regiões com maior incidência de Aids do país, segundo a Secretária de Estado Saúde (SES).
Campanha Nacional
Hoje acontece uma ação em todo o país, realizada pelo Ministério da Saúde, a fim de dar maior visibilidade às questões referente a esta doença e, também, ao combate ao preconceito. A ação também será voltada as pessoas com idade entre 15 e 24 anos, faixa etária que, segundo o Ministério, mais tem aumentado a incidência de casos de Aids.
Em entrevista a Agência Brasil, o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, declarou que um dos principais desafios da campanha sobre a Aids é o preconceito. “É preciso que a população brasileira entenda que o avanço da ciência faz do portador do HIV uma pessoa com doença crônica e não mais alguém com uma sentença de morte. Fazendo o acompanhamento adequado, ela pode ter uma vida normal como qualquer outra pessoa. Pode trabalhar, casar, ter filhos”, disse.
Ainda segundo o ministério, por ano são notificados de 33 a 35 mil novos casos, o que mudaria com a mudança de hábito da população e a maior aceitação do uso de preservativos.
Prevenção
Segundo o Ministério da Saúde, a melhor forma de se prevenir contra a Aids é por meio do uso de preservativo. A última pesquisa realizada pelo Ministério constatou que 96,6% da população com idade entre 15 e 64 anos sabe que o uso de preservativo é a melhor maneira de evitar a infecção pelo HIV. E 93,6% sabe que não que a AIDS. Não tem cura. Entretanto, apenas 58,8% usam preservativo em relações casuais.
sábado, 27 de novembro de 2010
Escola Estadual Teodoro Rondon.
Disciplina: Língua Portuguesa
Professora: Daniela França Santana.
Ano:
6º “B” – Vespertino
Projeto: Bullying: um mal a ser eliminado.
Realizadas as pesquisas e produções de textos, juntamente com a professora os alunos chegaram aos conceitos:
Bullying é uma palavra do inglês que pode ser traduzida como “intimidar” ou “amedrontar”.
No uso coloquial entre falantes de língua inglesa, é frequentemente usada para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais fraco.
Bullying é: agredir, amedrontar, assediar, aterrorizar, bater, chutar, discriminar, dominar, empurrar, encarnar, excluir do grupo, fazer sofrer, ferir, gozar, humilhar, ignorar, isolar, intimidar, ofender, perseguir, sacanear, roubar, zoar.
Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros.
DIREITOS
Os atos de bullying configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso ordenamento jurídico mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex: dignidade da pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar.
O QUE FAZER PARA AJUDAR A VíTIMA
- Informe seu professor sobre qualquer situação de bullying que você tenha testemunhado.
- Se o seu amigo contou que sofreu o bullying, tente convencê-lo a procurar ajuda de um adulto, pai ou professor.
- Procure fazer com que o seu amigo, que sofre bullying, se sinta mais à vontade no grupo.
PARA QUEM PRATICA
- Tem uma falsa sensação de poder;
- Pode prejudicar sua convivência com os colegas;
- Pode vir a adotar, no futuro, comportamentos delinqüentes;
- Pode tornar-se um adulto violento, inclusive com a família;
- Pode envolver-se em atos criminosos.
PARA QUEM TESTEMUNHA
- Tem medo de vir a sofrer bullying;
- Sente-se intimidado, indefeso e inseguro;
- Sofre em silêncio;
- Não sabe como ajudar a quem sofre bullying;
- Sente medo de ir à escola;
- Fica ansioso;
- Seu aprendizado é prejudicado;
- Pode acreditar que seja bom praticar bullying.
PARA QUEM SOFRE
· Sente-se humilhado;
· Sente-se intimidado;
· Seu aprendizado é prejudicado;
· Sofre intensamente
· Não consegue buscar ajuda;
· Isola-se dos colegas;
· Pode ter reações violentas;
· Tem medo de ir à escola;
· Sofre em silêncio.
CONSEQUENCIAS DO BULLYING
- baixa auto-estima;
- medo;
- angústia;
- pesadelos;
- falta de vontade de ir à escola e rejeição da mesma;
- ansiedade, dificuldades de relacionamento interpessoal;
- dificuldade de concentração;
- diminuição do rendimento escolar;
- dores de cabeça, dores de estômago e dores não-especificadas;
- mudanças de humor súbitas;
- vômitos;
- urinar na cama;
- falta de apetite ou apetite voraz,
- choro;
- insônias;
- medo do escuro;
- ataques de pânico sem motivo;
- sensação de aperto no coração;
- aumento do pedido de dinheiro aos pais e familiares;
- furto de objetos em casa, surgimento de material -escolar e pessoal danificado;
- desaparecimento de material escolar;
- abuso de álcool e/ou estupefacientes,
- auto-mutilação;
- stress,
- suicídio.
O QUE PODE SER FEITO PARA DIVULGAR AS AÇÕES DA ESCOLA CONTRA O BULLYING
Este assunto deve fazer parte da vida escolar de todos os alunos, durante o maior tempo possível. Assim, as diversas atividades desenvolvidas nas escolas devem contar sempre com ações voltadas a combater o bullying:
· Nas festas da escola;
· Nas aulas de artes e educação física;
· Nas reuniões de pais;
· Em concursos de redação;
· Nas salas de aula;
· Nas salas de leitura e biblioteca;
· Em apresentações.
ASSIM DEVE SER...
Todas as crianças e adolescentes têm o direito de estudar em uma escola onde, além de um bom aprendizado, possam conviver em um ambiente sadio, onde exista amizade, solidariedade e respeito às características pessoais de cada um.
Escola Estadual Teodoro Rondon.
Disciplina: Língua Portuguesa
Professora: Daniela França Santana.
Ano:
6º “B” – Vespertino
Projeto: Bullying: um mal a ser eliminado.
CONCLUSÃO
O projeto despertou os alunos para um tema delicado, ainda não discutido por ser pouco conhecido, porém perceberam que alguns praticavam e pesquisando, socializando o assunto, colocando o seu conceito, as suas conseqüências, como acontece concluíram que é algo nocivo para o ser humano e precisa ser combatido. Porém mudar comportamento é algo difícil que requer tempo, em alguns casos muito tempo.
Houve empenho e dedicação para a realização do projeto por parte dos alunos, as sementes foram lançadas: paz, tolerância, respeito, caberá a cada um tentar cultivá-las dentro de si.
A seguir fotos da execução do projeto.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
CONTO
O primeiro dia de aula
No texto que você vai ler, o narrador conta uma experiência dífícil que teve no
primeiro dia de aula na escola.
Vamos ver o que aconteceu com ele?
Elefantes
Meu primeiro dia na escola foi bem ruim. Hoje em dia as crianças não sabem
direito como é o primeiro dia em que a gente entra na escola. Elas começam muito pequenas, com três anos estão no maternal. Comigo foi diferente. Eu já era meio grande. Tinha seis anos.
Imagine. Seis anos. Quer dizer que, desde que eu nasci, até ter seis anos, eu ficava em casa. Sem fazer nada. Brincava um pouco. Mas meus irmãos eram muitos mais velhos, e criei o costume de brincar sozinho. Era meio chato.
Até que chegou o dia de entrar na escola. Minha mãe foi logo avisando.
– Olha, Marcelo. Lá na escola, não pode ficar falando palavra feia. Bunda, cocô, xixi. Não usa essas palavras.
Tocaram a buzina. Era o ônibus da escola.
Eu estava de uniforme. Calça curta azul, camisa branca.
Eu tinha uma camisa branca que me dava sorte. Era uma com uma pintinha no colarinho. Gostava daquela pintinha preta. Mas no primeiro dia de aula justo essa camisa tinha ido lavar. Fui com outra. Que não dava sorte.
Bom, daí a aula começou, teve recreio, eu não conhecia ninguém, tirei um sanduíche da lancheira, o lanche sempre ficava com um gosto de plástico por causa da lancheira, mas eu não sabia disso ainda, porque era a primeira vez que eu usava lancheira, então tocou o sinal e fui de novo para a classe.
Até que deu certo no começo. A professora explicou alguma coisa sobre elefantes. Falou que eles tinham dentes grandes, e que esses dentes eram muito valiosos.
Então ela perguntou:
– Alguém sabe qual o nome dos dentes do elefante?
Vai ver que ela queria perguntar: “Qual o material precioso que é tirado das presas do elefante?”.
O fato é que eu sabia a resposta, e gritei:
– O marfim!
A professora me olhou muito contente. Os meus colegas também me olharam, mas não pareciam tão contentes.
Ela brincou:
– Puxa, você está afiado, hein?
Eu não respondi, mas fiquei inchado de alegria, como se fosse um elefantezinho. Dentes afiados.
Tinha sido um bom começo.
Mas aí vieram os problemas.
Fui ficando com a maior vontade de fazer xixi.
Segurei.
A professora continuava a falar sobre os elefantes.
Assunto mais louco para um primeiro dia de aula.
E a vontade de fazer xixi ia aumentando.
Olhei para um coleguinha no banco da frente. Tive inveja dele. Ele estava ali, tranqüilo. Sem nenhum aperto. Como é que seria estar no lugar dele? Pedir para ser ele, pedir emprestado o corpo dele por algum tempo? Como alguém pode ficar sem vontade de fazer xixi? Sem nem pensar no problema?
Eu estava ficando meio desesperado. Eu era meio tímido também. Levantei a mão. A professora perguntou o que eu queria.
– Espere um pouco, tá?
Ela devia estar achando muito importante aquela história toda sobre elefantes. Começou a explicar como os elefantes bebiam água. Eles enchiam a tromba, seguravam bem, e daí chuáá...
Levantei a mão de novo.
– Preciso ir no banheiro, professora...
Ela nem respondeu. Fez só um gesto com a mão. Para eu esperar mais.
Na certa, ela estava pensando que, no primeiro dia de aula, é importante não facilitar. Não dar moleza. Devia imaginar que todo mundo inventa que quer ir ao banheiro só para passear um pouco e não ficar ali assistindo aula.
Professora mais idiota.
Levantei a mão pela terceira vez.
Eu realmente não agüentava mais.
Tinha tocado o sinal. Fim da aula.
Era só correr até o banheiro.
Levantei da carteira. A gente era obrigado a sair em fila.
Faltava pouco.
Claro que não deu.
Fiz xixi. Dentro da classe.
Logo eu, que nunca fui de fazer grandes xixis. Mas aquele foi fenomenal. Parecia um elefante. Coisa de fazer barulho no chão. Chuáá...
A professora chegou perto de mim.
– Você estava apertado? Por que não me avisou?
Eu não soube o que responder. Mas entendi algumas coisas.
A coisa mais óbvia é que, quando você tem vontade de fazer xixi, vai e faz. Coisa mais idiota é ficar pedindo para alguém deixar a gente ir ao banheiro. Banheiro é assunto meu.
Outra coisa é que as pessoas, em geral, não ligam para o que a gente está sentindo. Para mim, a vontade de fazer xixi era a coisa mais importante do mundo. Para a professora, a coisa mais importante do mundo era ficar falando de elefantes.
É como se cada pessoa tivesse um filme dentro da cabeça. E só prestasse atenção nesse filme. Filme dos elefantes, filme do xixi.
Mais uma coisa. Quando a gente precisa muito, a gente tem de gritar para valer. Eu devia ter gritado:
– Professora, tenho de fazer xixi.
Ou, se quisesse evitar a palavra feia:
– Professora, tenho absoluta urgência de urinar.
Não seria bonito, mas até que seria certo dizer:
– Vou dar uma mijada, pô.
Mas o pior é ficar levantando a mão e dizendo baixinho:
– Professora, posso ir no banheiro?
Vai ver que eu estava falando tão baixo que ela nem escutou.
As pessoas nunca escutam muito bem o que a gente diz.
Uma última coisa.
Aquele xixi não teve importância nenhuma. Eu fiquei envergonhado. Ainda mais no primeiro dia de aula. Só que, alguns dias depois, o vexame tinha passado. Tudo ficou normal. Tive amigos e inimigos na classe, fiz lição, respondi chamada, e nem a professora, nem meus amigos, nem meus inimigos, ninguém se lembrou do meu xixi.
Sabe por quê? É por que já estava passando outro filme na cabeça deles. Cada pessoa tem outras coisas em que pensar: a briga que os pais estão tendo, o irmão mais velho que é chato, o presente que vai ganhar de aniversário...
Só eu liguei de verdade para o caso do xixi. As outras pessoas estão sempre tratando de assuntos mais sérios. Elefantes, por exemplo.
Coelho, Marcelo. A professora de desenho. São Paulo: Companhia das Letrinhas,1995.
Marcelo Coelho nasceu em 1959, em São Paulo, e formou-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Foi professor universitário antes de dedicar-se à assinar uma coluna semanal no caderno “Ilustrada”, onde publica suas crônicas. São de sua autoria os romances Noturno (1992) e Jantando com Melvin (1998). Ele também escreveu livros infantis.