quinta-feira, 26 de maio de 2011

Os “livro” do MEC




O livro da coleção “Viver e Aprender”, distribuído pelo MEC aos alunos e professores das salas de EJA e escrito pela professora Heloísa Cerri Ramos, segue preceitos teóricos que já nortearam os trabalhos de educadores respeitados, como o brasileiro Paulo Freire. Para a linguística, não há um jeito “certo” e outro “errado” de usar a língua. Em lugar de correção, os linguistas preferem usar a ideia de adequação. A metáfora da roupa é sempre muito bem-vinda nesta hora: você não costuma ir de terno à praia, muito menos de sunga à reunião de trabalho. Da mesma forma, há uma variante linguística para cada contexto. Ainda assim, a página 14 do livro, na qual se afirma que uma pessoa pode dizer “os livro”, tem causado dores de alma em inesperados defensores da norma-culta.
Não há qualquer inverdade no livro do ponto de vista teórico. Os conceitos de adequação e inadequação são fundamentais para viver num contexto de diversidade. Professores e alunos devem mesmo trocar as palavras “certo” e “errado” por “adequado” e “inadequado”, além de substituir os conceitos por trás dos vocábulos. Essa mudança conceitual proposta pela linguística permite ao professor acolher os diversos falares trazidos para a escola e ajuda o aluno a destruir a barreira de preconceito em relação ao colega que, por ventura, fale “os livro”. A língua passa a ser uma forma de inclusão quando vista assim. Há, no entanto, um equívoco no texto de Cerri. Equívoco que nem é pedagógico. É didático.
A maneira escolhida por Heloísa para expor os conceitos de adequação e inadequação não parece ser a mais indicada para tratar desse assunto em sala de aula. Do jeito que foi escrito, com afirmações do tipo “você pode falar ‘os livro’”, em formato de diálogo com o aluno, o texto tem status de liberação para o uso indiscriminado dessa variante. Na continuação do texto, até há uma observação de que o aluno, quando assim se expressa, “pode sofrer preconceito linguístico”. Falta deixar claro que a variante inculta da língua pode ser usada em determinadas situações e que, em outras, deve ser substituída pela norma formal aprendida na escola, não para evitar o preconceito, mas para permitir que o aluno consiga, por exemplo, um desempenho melhor numa entrevista de emprego. Uma hipocrisia necessária.
Antes de ficar revoltado com “os livro” do MEC, lembre-se de que a página 14 em questão é destinada à educação de adultos com uma história de vida que facilita a compreensão e a aplicação de conceitos relativos ao uso da língua. Pense, ainda, que um livro, em sala de aula, é apenas um ponto de apoio e de partida. O professor, no uso do material, tem toda a liberdade de ampliar a discussão proposta pelo livro e deve fazer isso. Por último, pense e responda: se você ficou tão espantado com essa história e acredita que há mesmo certo e errado na língua, deve ser capaz de dizer se a frase a seguir está “certa” ou “errada”: “a maioria dos livros são grandes, mas, antigamente, havia alguns mais pequenos”. Quando assumimos a postura de fiscais de uma língua, temos que saber com exatidão o que é e onde está esse tal de certo.




http://doreadelicia.blogspot.com/2011/05/os-livro-do-mec.html

terça-feira, 24 de maio de 2011

Hora do Intervalo: Que tal um Café?

Na corrida rotina escolar é apenas na hora do intervalo que temos a oportunidade de colocar os assuntos do trabalho em dia e... tomar um cafezinho! Hoje, 24 de maio, é o Dia Nacional do Café, bebida que é muito consumida pelos trabalhadores em educação e que faz parte da cultura brasileira, desde os tempos em que era uma fonte de riqueza - Época dos Barões do Café, século XIX e XX onde alcançou seu auge - até nos dias atuais, onde podemos consumir um café de maior qualidade. Assista ao vídeo a seguir onde mostram três receitas de café, pois não existe apenas aquele cafezinho preto de todos os dias.


http://escolarobertoscaff.blogspot.com/

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Abuso sexual infantil, PARA COMBATER É PRECISO DENUNCIAR



O dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual e Exploração Sexual de Crianças e Adolescente é comemorado no dia 18 de maio. Esse dia foi instituído pela Lei Federal n* 9.970 do ano 2000, com objetivo de mobilizar toda a sociedade brasileira indistintamente, para denunciar e punir todo e qualquer crime contra as crianças ou adolescentes.

De acordo com o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), a violência sexual é considerada crime, conforme artigo 244-A, fazendo parte ainda a exploração sexual e a prostituição infantil sob pena de reclusão de 4 a 10 anos e multa.

Estes crimes violam e privam a criança e o adolescente do seu Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade, ECA, capítulo II, artigos 15,16 e 17: "direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. Inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. Dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor."

A prostituição infantil utiliza as crianças para o comércio sexual, movimentando grandes somas financeiras, fazendo a troca de sexo por dinheiro, sejam para atender o turismo sexual ou a grande miserabilidade de algumas regiões do país, onde muitas meninas e meninos, vivendo às margens da sociedade e, com a conivência de seus pais, são obrigados a vender o seu corpo em troca de sustento.

"Exploração sexual é um termo empregado para nomear práticas sexuais pelas quais o indivíduo obtém lucros. Ocorre principalmente como conseqüência da pobreza e violência doméstica. Jovens, crianças e adolescentes fogem de seus lares e se refugiam em locais que os exploram em troca de moradia e comida. Acontecem em redes de prostituição, pornografia, tráfico e turismo sexual".


O Ministério da Justiça apresentam dados que mostram que a prostituição infantil está presente em todas as capitais brasileiras e nas grandes cidades. No Nordeste atinge 32% das cidades, sendo em municípios do litoral nordestino e mais pobre do interior.

As crianças menores de 12 anos são alvos preferidos dos abusadores sexuais, eles representavam 43% dos casos de abuso sexual atendidos no ano passado, no Programa Bem-me-quer, do Hospital Pérola Byington, de acordo com Estudos da Secretaria da Saúde de São Paulo. Jovens menores de 18 anos também são vitimas.

E quem são os abusadores em sua maioria? Pessoas próximas das crianças, pessoas que não são suspeitas, que fazem parte do meio familiar, em geral, os pais, amigos da família, vizinhos, padrastos, irmãos mais velhos, avós, homens ou mulheres, sem distinção. Por isso a violência sexual à criança é um crime invisível, que está inserido dentro de casa, mas ninguém vê, nem reconhece. Um crime que se oculta para não ver desmoronada uma falsa relação familiar, só quem padece é a criança que não tem para quem pedir ajuda.

Os pais têm papel importante na prevenção e identificação dos casos de abuso e violência. É preciso estar atento às mudanças comportamentais que a criança apresenta quando foi violada, sejam elas sociais familiares e ou alimentares e não excluir a possibilidade de seu filho ser uma vítima de abuso sexual.

As crianças e os adolescentes são as vitimas da violência sexual, mas frente à intimidação e ameaças que sofrem, em geral por uma pessoa mais velha, sentem-se culpadas do abuso e, por isso calam-se. Com isso, desenvolvem traumas psicológicos e mudanças no comportamento que podem ser observados pelos pais: agressividade, irritabilidade, alterações no sono, dificuldade de concentração e conseqüente baixo rendimento escolar, voltam a fazer xixi na cama ou nas calcas, medo irracional de algumas situações ou pessoas, dificuldade no relacionamento com outras crianças ou adolescentes, etc...

Se já é tão difícil para um adulto sofrer uma violência sexual, buscar ajuda, falar sobre o assunto expor-se, então imagine para uma criança que às vezes sofre o abuso de quem ela pensa que deveria estar protegendo-a. Fica muito mais complicado para ela confiar em alguém. Muitas vezes não encontra abertura nem com a mãe, que para não perder o companheiro, não acredita nos sinais que a criança está mandando.

A violência sexual é hoje uma grande preocupação em todos os setores da sociedade, porque afeta  todos os grupos, as famílias e o próprio indivíduo seja ele criança, adolescente ou adulto. Caracteriza-se como um problema de saúde publica que precisa ser controlado para não se tornar endêmico e banalizado em suas estatísticas e formas preventivas.

As crianças e os jovens sofrem além da violência psicológica, lesões físicas e genitais que muitas vezes precisam ser reparadas com intervenções cirúrgicas, podem desenvolver futuras dificuldades sexuais, uso de drogas, prostituição, depressão, problemas de auto-estima e suicídio.

Adquirem as doenças sexualmente transmissíveis como sífilis e gonorréia, o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), o risco de gravidez indesejada e a gravidez precoce.

É preciso denunciar toda e qualquer forma de violência sexual, seja ela na prostituição infantil, no turismo sexual, no tráfico interno e internacional para fins de exploração sexual, pornografia na Internet, pedofilia e assédio sexual.

Além de ser crime e violar os direitos humanos de qualquer cidadão, causa danos irreparáveis para quem sofre, em crianças e adolescentes, com danos no desenvolvimento físico, psíquico, social e moral, e nos adultos, danos traumáticos.

Identificar o agressor e a forma com que pratica o ato sexual, se utilizando de crianças e adolescentes para sua satisfação, ameaçando e intimidando o mais fraco, mostra o quanto ele também precisa ser tratado, porque vai estar sempre buscando alternativas similares de satisfação e agressão.


Denunciar é a única forma de diminuir e acabar com a violência sexual contra as crianças e adolescentes, principalmente os casos que estão camuflados dentro do ambiente familiar.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

CONTOS POPULARES



"Eles fazem parte do imaginário popular, das nossas expressões idiomáticas. Eles fizeram a fortuna da Disney e a minha alegria de infância. São fruto da tradição oral, de forma que, quando seus escritores mais famosos os passaram para o papel, já eram histórias de tempos passados. Os Contos Populares, aqui no Brasil mais conhecidos como Contos de Fadas, trazem a essência do contador de histórias.
Toda cultura tem suas histórias essenciais, suas pequenas lendas, que em geral a definem. Muitas dessas histórias foram postas no papel por mestres como Charles Perrault e Hans Christian Andersen, outras foram registradas por pessoas cujos nomes se perderam no tempo, e elas compartilham traços bastante marcantes:
Simplicidade: Todos os contos populares que li possuem uma estrutura narrativa bastante simplificada, sem grandes divagações ou discussões filosóficas dentro do texto. Não há questionamento de como a grande bruxa foi parar naquele local específico. Ela estava lá e pronto.
Essência: São contos fundamentais, por assim dizer. Algo que eu, leiga em teoria literária, só posso comparar com Shakespeare. Vou tentar me explicar. O enredo dos contos populares é arquetípico, possui o esqueleto de boa parte das grandes histórias e livros da atualidade. Em poucas palavras, eles atingem o âmago das relações humanas, e das histórias que surgem delas.
Uso de símbolos: Muitas vezes passa despercebido, mas quando se lê 10, 20 contos populares numa tacada só, fica bem fácil de visualizar. Sentimentos e conceitos abstratos, por exemplo, são frequentemente personificados, traduzidos em tesouros, lobos, princesas e lenhadores. As relações com números são as mais interessantes.[...]
Moral: Este talvez seja o ponto mais controverso, mas eu vi sim uma lição em cada história. Às vezes ela é explícita, outras estão bem escondidas, mas todas trazem um ensinamento sobre a convivência em sociedade, seus usos e costumes. Tanto que ainda é assim que muitos de nós conhecemos estas histórias, seja aprendendo a não falar com estranhos através de Chapeuzinho Vermelho, ou não contar mentiras com a história do Pinóquio.
A simplicidade do texto é enganosa, pois cada conto é um mundo em si. Podemos tratá-los por vários ângulos, como filosofia, religião, psicologia e antropologia, e mesmo assim eles não se esgotam. Talvez muitos deles pareçam banais hoje, simplistas, maniqueístas ou mesmo preconceituosos, mas são definitivamente textos enriquecedores, se o leitor se der ao trabalho de refletir sobre eles.
E eu indico fortemente a leitura desses contos. Mesmo que você tenha visto TODOS os filmes da Disney, mesmo se você já tiver ouvido centenas de vezes as histórias de João e Maria, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e Cia." 
http://blog.meiapalavra.com.br/2011/01/22/contos-populares/

domingo, 1 de maio de 2011

DIA DO TRABALHO - 1º DE MAIO


http://www.portalsetelagoas.net/05/2010/1%C2%BA-de-maio-dia-do-trabalhador-no-brasil/



História do Dia do Trabalho
O Dia do Trabalho é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários países do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios. 
A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos). No dia 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.

Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze protestantes e dezenas de pessoas feridas.

Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.

Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em setembro de 1925 que esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes.

Fatos importantes relacionados ao 1º de maio no Brasil:

- Em 1º de maio de 1940, o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo. Este deveria suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer)

- Em 1º de maio de 1941 foi criada a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, as relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.

http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_do_trabalho.htm


                                                Tarsila do Amaral