quarta-feira, 11 de maio de 2011

CONTOS POPULARES



"Eles fazem parte do imaginário popular, das nossas expressões idiomáticas. Eles fizeram a fortuna da Disney e a minha alegria de infância. São fruto da tradição oral, de forma que, quando seus escritores mais famosos os passaram para o papel, já eram histórias de tempos passados. Os Contos Populares, aqui no Brasil mais conhecidos como Contos de Fadas, trazem a essência do contador de histórias.
Toda cultura tem suas histórias essenciais, suas pequenas lendas, que em geral a definem. Muitas dessas histórias foram postas no papel por mestres como Charles Perrault e Hans Christian Andersen, outras foram registradas por pessoas cujos nomes se perderam no tempo, e elas compartilham traços bastante marcantes:
Simplicidade: Todos os contos populares que li possuem uma estrutura narrativa bastante simplificada, sem grandes divagações ou discussões filosóficas dentro do texto. Não há questionamento de como a grande bruxa foi parar naquele local específico. Ela estava lá e pronto.
Essência: São contos fundamentais, por assim dizer. Algo que eu, leiga em teoria literária, só posso comparar com Shakespeare. Vou tentar me explicar. O enredo dos contos populares é arquetípico, possui o esqueleto de boa parte das grandes histórias e livros da atualidade. Em poucas palavras, eles atingem o âmago das relações humanas, e das histórias que surgem delas.
Uso de símbolos: Muitas vezes passa despercebido, mas quando se lê 10, 20 contos populares numa tacada só, fica bem fácil de visualizar. Sentimentos e conceitos abstratos, por exemplo, são frequentemente personificados, traduzidos em tesouros, lobos, princesas e lenhadores. As relações com números são as mais interessantes.[...]
Moral: Este talvez seja o ponto mais controverso, mas eu vi sim uma lição em cada história. Às vezes ela é explícita, outras estão bem escondidas, mas todas trazem um ensinamento sobre a convivência em sociedade, seus usos e costumes. Tanto que ainda é assim que muitos de nós conhecemos estas histórias, seja aprendendo a não falar com estranhos através de Chapeuzinho Vermelho, ou não contar mentiras com a história do Pinóquio.
A simplicidade do texto é enganosa, pois cada conto é um mundo em si. Podemos tratá-los por vários ângulos, como filosofia, religião, psicologia e antropologia, e mesmo assim eles não se esgotam. Talvez muitos deles pareçam banais hoje, simplistas, maniqueístas ou mesmo preconceituosos, mas são definitivamente textos enriquecedores, se o leitor se der ao trabalho de refletir sobre eles.
E eu indico fortemente a leitura desses contos. Mesmo que você tenha visto TODOS os filmes da Disney, mesmo se você já tiver ouvido centenas de vezes as histórias de João e Maria, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e Cia." 
http://blog.meiapalavra.com.br/2011/01/22/contos-populares/

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