I.

“Por viver muitos anos dentro do mato

moda ave

O menino pegou um olhar de pássaro –

Contraiu visão Fontana.

Por forma que ele enxergava as coisas

por igual

como pássaros enxergam.

As coisas todas  inonimadas.

Água  não era ainda a palavra água.

Pedra não era ainda a palavra pedra.

E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

podiam ficar em qualquer posição.

Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

E, se quisesse caber em uma abelha, era

só abrir a palavra abelha e entrar dentro

dela.

Como se fosse infância da língua."

Manoel de Barros. Poemas Rupestres. Canção do Ver.

Manoel de Barros.

Imagens: Internet.

REFLEXÃO 

"Sente-se pois então que árvores, bichos e pessoas têm natureza assumida 

igual.

O homem no longe, alongado quase, e suas referências vegetais, animais.

Todos se fundem na mesma natureza intacta."

Livro de Pré-coisas. Lides de campear. Manoel de Barros

“Mãe e filho,

Genitora e Cria,

Ligação natural

Singular...

Obra perfeita do Criador,

Dom Divino nos foi dado, 

A  nós – Mulheres –

simples mortais,

como presente

para a continuidade da

Humanidade.”

Dani França

PARABÉNS ...

ANASTÁCIO – MS 

(PORTAL DO PANTANAL)

 - 49 ANOS – 

Bandeira de Anastácio

Breve histórico da nossa querida Anastácio: 
a mais nova centenária aniversariante

Antes mesmo de tornar-se município, a história da formação de Anastácio está relacionada à chegada em 1870 do marinheiro italiano Vicente Anastácio, que veio em  busca de presos políticos  no Paraguai.(...)  Porém, resolveu fixar residência em Nioaque onde abriu um comércio.(...)   Em 1871 casou-se com Teodora Machado.(...) Em 1872, adquiriu a fazenda Santa Maria na margem esquerda do rio Aquidauana, onde comercializava couros, crinas, secos e molhados, etc, construindo seu comércio na Rua Porto Geral, promovendo assim o início do desenvolvimento do pequeno vilarejo formado principalmente pelos índios e italianos.

Com a chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, o centro comercial passou a desenvolver na margem direita do rio Aquidauana. Com esse acontecimento, a margem esquerda foi ficando esquecida, surgindo então  um movimento de emancipação da Margem Esquerda, cujos  integrantes elaboraram um documento que foi aprovado pela Assembleia porém não foi sancionado pelo Governador. Com a mobilização de lideranças locais como Dr. José Fragelli e outros, finalmente em 18 de março de 1964, através da Lei nº 2243, foi criado o município de Anastácio. 

O aniversário do  município é comemorado dia 08 de maio, quando foi emancipado no ano de 1965.

O nome é uma homenagem a Vicente Anastácio.

A presença dos nordestinos é fato recorrente em nossa história, uma vez que houve uma emigração muito  grande dos Estados da Região Nordeste para a zona rural de Anastácio.

(Dados extraídos do livro “Anastácio,38 anos”. Cabral,Silas;Cabral,Cimara; Angelo, Reginaldo. Campo Grande: Alvorada,2003.)

Imagens retiradas da Internet.

PARABÉNS ...

ANASTÁCIO – MS 

(PORTAL DO PANTANAL)

 - 49 ANOS –

ACRÓSTICO

A - AMADA

N - NATURAL

A - AMISTOSA

S – SOLIDÁRIA

T - TRABALHADORA

A - ACOLHEDORA

C -  CARISMÁTICA

I -ÍMPAR

O - OTIMISTA

Dani França

AVENTURA

Achamos na beira do rio um sapo seco, e um pote.

O pote estava de barriga aberta ao sol. (Depois

eu falo do sapo.) Nas enchentes nem quase que não

entravam as águas para dentro do pote. Por forma 

que o pote era seco e aberto aos ventos. Os bons

ventos da tarde que entravam com areia e  cisco

pelo ventre aberto do pote. (Demoramos de dois

anos para  voltar àquele retiro.) Agora, de volta,

achamos o pote tibi de emprenhado. A barriga do 

pote fosse agora um canteiro arrumado. Estava  bom

de criar. Foi que veio  daí um passarinho e cagou

na barriga do pote uma semente de roseira. As

chuvas e os ventos deram à gravidez do pote forças

de parir. E o pote pariu rosas. E esplendorado

de amor ficou o pote! De amor, de poesia e de rosas.

E havia perto, por caso, um sapo destripado e seco.

A abertura do ventre do sapo também se enchera

de areia e cisco. Também se fizera ele um canteiro

arrumado. Foi que outro passarinho veio e cuspiu

outra semente de rosa no ventre do sapo. E outra

rosa nasceu na primavera. Foi um dia de glória

para o nosso olhar. As rosas do sapo e do pote

foram abençoadas de borboletas que pousavam nas

roseiras. Houvemos júbilo!

Manoel de Barros
Memórias Inventadas/A segunda Infância

Foto: Dani França/Rio Aquidauana